quarta-feira, 25 de março de 2009

Saint-Exupéry, autor de "O Pequeno Príncipe" tem lançamentos e exposição no Brasil

Livro de cabeceira de misses e referência para Paulo Coelho, O Pequeno Príncipe deve se tornar onipresente no país neste ano.
Uma série de lançamentos e uma megaexposição na Oca, no parque Ibirapuera, celebram a obra infanto-juvenil e seu autor, Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), na esteira do Ano da França no Brasil.
A começar por um conciso volume epistolar, O Amor do Pequeno Príncipe: Cartas a uma Desconhecida. O livro sai pela Nova Fronteira na próxima semana e mostra o escritor e aviador, no auge de seus 43 anos, usando sua “criança interior’’ para conquistar uma moça que conhecera na Argélia, durante uma missão de guerra. Pouco se sabe sobre a destinatária, cuja filha colocou as missivas em leilão em 2007. O certo é que era casada, tinha 24 anos e atuava na Cruz Vermelha -e que não era a mulher de Saint-Exupéry, Consuelo.
Numa das cartas, Saint “Príncipe” Exupéry desenha uma “menininha’’ para ser sua “amiga como o Pequeno Príncipe’’, já que a amada não atende a seus chamados. “Ela nunca está em casa quando lhe telefono [...]. Estou muito zangado!’’.
As cartas foram escritas pouco após a publicação de O Pequeno Príncipe (1943) e pouco antes da morte do autor, que entre um e outro desenho participava de ações de guerra -em 1944, seu avião desapareceu; em 2000, um alemão avisou: “Podem parar de procurar. Eu derrubei Saint-Exupéry’’.
Esse Saint-Exupéry aviador é o destaque de sete relançamentos da Nova Fronteira, começando com Cartas à Sua Mãe.
São romances, volumes epistolares e memórias “que têm uma descrição muito pessoal da guerra’’, segundo a diretora editorial Izabel Aleixo. Outro lançamento prova que o aviador era obcecado fazia tempo pela imagem do menino de cachos indóceis.
A História de uma História (Pedra n’Água), organizada por Sheila Dryzun, inclui um bilhete de 1940 com um esboço do príncipe, um carneiro e uma rosa.
Dryzun, representante da família de Saint-Exupéry no Brasil, lança a biografia numa caixa com outro volume, Mutirão Poético.
Para este, enviou O Pequeno Príncipe a “pessoas interessantes’’, com uma frase do livro selecionada, para que escrevessem a partir disso. Atenderam ao convite Maurício de Sousa, Fernando Meirelles, Luis Fernando Verissimo, Pelé e outros. Rita Lee, por exemplo, escreve que o “Pequeno Príncipe é um grande sábio que sabe que nada sabe, mas continua sempre querendo saber mais’’. Já Supla inclui uma letra de música própria: “Brave child, wild child, love child’’.
Mário Prata conta a história de um restaurante perto de sua casa, em Florianópolis, chamado Zé Perry, em homenagem, conforme lhe informou o garçom, “a um piloto francês que adorava vir visitar a ilha’’.
Exposição De fato, nomeado diretor da Aeroposta Argentina, empresa embriã da Air France, o aviador esteve em Natal, no Rio e em Florianópolis durante os anos 30. “Em Floripa, ele ia frequentemente com os pescadores tirar as redes da água e bater papo’’, diz d’Agay, sobrinho de Saint-Exupéry e presidente da associação que cuida de boa parte do legado do escritor. D’Agay colabora com Sheila Dryzun na organização de O Pequeno Príncipe na Oca, mostra com montagem de Daniela Thomas e Felipe Tassara, que fará do museu uma espécie de “planeta’’ do personagem. “Já na entrada o visitante vai deparar com a Paris de 1900, e o subsolo será o deserto do Saara, em que o Saint-Exupéry caiu [em 1934]’’, diz Dryzun. Haverá ainda uma “enorme caixa do carneiro’’, com desenhos do autor nunca publicados no Brasil, e o Cine Petit, com documentários e filmes baseados na obra dele.
A Agir, que publica O Pequeno Príncipe desde os anos 50, já lançou neste ano uma versão em HQ e prepara, para outubro, uma edição em “pop up’’ (em que as imagens “saltam’’ conforme se vira as páginas). O livro está na 48ª edição e é o mais vendido da editora -6 milhões de exemplares.

Fonte:http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/864585.html






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