terça-feira, 1 de julho de 2008

Vestindo a camisinha Hi-Tech

A cada dia a ciência cria novas curiosidades, que nas mãos de escritores acabam virando textos. Comigo não foi diferente. Primeiro foram os implantes de silicone musicais para os seios (“os seios tocam”), depois foi descoberta a clarividência através das nádegas (“bundomancia - olhando o futuro por trás”), e agora a novidade é a tal camisinha hi-tech, que promete dar uma mãozinha (sem a necessidade de se utilizar às mãos) para aqueles que precisam levantar coisas que vão além da própria moral. Em um mundo aonde as invenções vem procurando amaciar as rotinas do dia-a-dia, o referido produto afirma fazer justamente o contrário para felicidade de seus usuários. Não tenho idéia de como funcionaria a tecnologia descrita (provavelmente seu modo de operação deverá ser similar ao dos elevadores), mas é sempre bom entender o funcionamento de acessórios dessa espécie, principalmente se você pretender um dia usá-los e se houver a necessidade de “downloads” (plugar por onde para se estabelecer à conexão?). Neste cenário hi-tech, expressões sobre as facilidades de se dar o boot através do equipamento, podem ganhar interpretações inesperadas. A tal camisinha provavelmente já virá com um kit básico, composto com alguns comprimidos para dor de cabeça, procurando evitar as eventuais desculpas de mulheres que não estejam com muita vontade de interagir como uma tomada para este tipo de diversão. Logo devem estar criando o viagra hi-tec, recheado de nanotecnologia voltada também ao prazer de seus consumidores. Quem sabe até com controle remoto para ajustes, tais como: tamanho, volume, etc. E com a função “auto-repeat” visando satisfazer até os mais animadinhos na cama. (ou seja lá o que forem usar nestas horas). Como toda tecnologia esta sujeita a falhas, não faltariam aqueles que colocariam a culpa na camisinha por qualquer ausência de funcionamento durante seu manuseio, justamente no momento em que eles tivessem decidido parar de ler o manual para testar as novidades prometidas. Talvez até tenham que criar um SAC (serviço de atendimento a camisinha), que lidaria com os mais diversos tipos de reclamações, como por exemplo: “não liga”, ou “não desliga”, ou ainda “a camisinha entrou em conflito com a prótese de silicone musical de minha esposa e cada vez que tentamos algo toca o alarme de incêndio aqui de casa através dos seios dela. Tenho que desligar agora porque alguns bombeiros já arrombaram a porta da frente enquanto outros estão jogando água pela janela exatamente em cima de nossa cama. Bem que um bundomante já havia me avisado que isto poderia acontecer...”. Enfim, a tecnologia promete melhorias fantásticas em nossas vidas. Ressuscitando antigas atividades que antes residiam apenas nas lembranças de muitos. Resta-nos procurar evoluir juntamente com estas inovações, aproveitando ao máximo todos os seus benefícios e, na pior das hipóteses, sabendo como desativar o alarme de incêndio.

Antonio Brás Constante
Fonte:http://www.olhardireto.com.br/artigoseopinioes/artigo.asp?cod=2072