sexta-feira, 27 de março de 2009

Pode ser o fim do vestibular

O ministro Fernando Haddad anda conversando com reitores das 55 universidades federais sobre uma idéia que acalenta há tempos: extinguir o vestibular. Sua crítica procede. Com raras exceções, a prova para o ingresso nas universidades brasileiras é mais voltada para a decoreba, que é o que menos interessa, e muito pouco para o raciocínio. Isso faz dela, no mínimo, uma aferição limitada. Pior do que isso: é no vestibular que as escolas de ensino médio se miram para fazer seus currículos. Os alunos são treinados para decorar, e não para pensar.
A proposta que o ministro tem apresentado aos reitores é substituir o velho vestibular pelo Enem, a prova que o MEC já aplica a estudantes do ensino médio. Uma das hipóteses em discussão é unir a nota do aluno neste exame à de outra prova, que ajudaria a ranquear os candidatos. Muitas universidades já usam o Enem com esse propósito. E tem funcionado.
O Enem é uma prova que testa, sobretudo, a capacidade dos alunos de juntar e processar informações. Uma mesma questão demanda conhecimento de matemática, geografia, ciências. Ninguém quer saber a extensão de um rio ou a data de um acontecimento histórico. Segue os moldes do Pisa, a prova internacional que compara o desempenho dos estudantes nos países. Sim, a mesma em que os brasileiros vão mal. E a mesma também em que eles, não por acaso, se revelam bons na decoreba, mas ruins de raciocínio. O fim do vestibular pode ser um primeiro passo para que o Brasil deixe a zona do vexame nos rankings internacionais.

Fonte:http://veja.abril.com.br/40anos/blog/monica-weinberg/156156_comentarios.shtml

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