terça-feira, 17 de junho de 2008

O plástico pode te deixar doente? Parece que sim

Parece que tudo o que comemos ou bebemos está coberto em plástico. O plástico embala nossas comidas rápidas, mexe nossos ovos, guarda nossa água e alimenta nossos bebês. Mas ele é um problema para a nossa saúde? Bem, depende do tipo de plástico, o que você faz com ele e a quem você pergunta. Bisfenol-A, um ingrediente do plástico, pode estar em nossa mente por ter sua segurança questionada recentemente.
Três fatores importantes devem ser verdadeiros para que um plástico possa causas problemas. Primeiramente, ele precisa ter algum ingrediente prejudicial em sua composição. Em segundo, a substância prejudicial precisa se desprender do plástico para entrar no seu organismo. E em terceiro, é necessária quantidade suficiente desta substância para causar danos em você.
Policarbonato, um tipo de plástico, possui pelo menos dois destes três critérios danosos. Ele contém um biosfenol A, (BPA, na sigla em inglês), que recebeu bastante atenção ultimamente por causa do seu uso nas mamadeiras que nossos bebês utilizam todos os dias e os danos que potencialmente causou em animais. Estudos mostraram que o BPA pode migrar do plástico para os alimentos e bebidas e, em seguida, para o seu corpo.
BPA é a molécula que mantém os ingredientes do plástico juntos. Mas em parte do policarbonato, nem todo o BPA se liga ao plástico. É esse BPA solto que se liga aos alimentos e bebidas que estão embalados em policarbonato e penetra no seu corpo.
No corpo o BPA age como um disruptor endócrino, mascarado como um hormônio sexual similar ao estrogênio. Isso é um problema em particular para o desenvolvimento sexual, que depende de sinais hormonais precisos: Crescer agora! Desenvolver pelos! Não ter seios, você é menino! Estudos mostraram que o BPA pode prejudicar ratos em desenvolvimento, mesmo em pequenas quantidades. A questão é se ele pode prejudicar os humanos nas quantidades nas quais regularmente estamos expostos.
Recentemente as autoridades sanitárias do Canadá decidiram tentar proibir as garrafas feitas do plástico policarbonato. Mesmo que as autoridades tenham concluído que a quantidade de policarbonato ingerido pelas pessoas é menor do que os níveis considerados seguros, eles se preocuparam que mesmo doses muito baixas pudessem prejudicar bebês em desenvolvimento e crianças. Tony Clement, o Ministro da Saúde canadense, disse em um discurso algo como: “É melhor prevenir do que remediar.”
A revista científica Reproductive Toxicology veiculou um artigo onde cientistas afirmam que houve mais de 40 estudos que mostram que o BPA causa danos em doses mais baixas do que as doses consideradas seguras.
Outra revisão feita por um painel de especialistas do National Institutes of Health, dos EUA, concluiu que há “alguma preocupação” que a quantidade de BPA que se desprende das mamadeiras de policarbonato ou das tampas das latas de leite em pó, possa prejudicar humanos em desenvolvimento. “Alguma preocupação”, o relatório explica, significa um meio termo entre “preocupação insignificante” e “forte preocupação”. Não é mortal, mas não também não é seguro.
Estudos mostraram que uma quantidade 5 mil vezes menor do que os níveis recomendados de BPA causam resistência à insulina (diabetes, síndromes metabólicas e falhas congestivas do coração) em camundongos adultos. Alguns pesquisadores pensam que o BPA seja responsável pelo desenvolvimento ampliado anormal do pênis, desenvolvimento sexual prematuro nas meninas, déficit de atenção, autismo e obesidade infantis, aumento da contagem de espermas e aumento de cânceres de próstata e mamas em adultos. O BPA “reprograma” genes, o que significa que alguns efeitos tóxicos podem surgir muito tempo depois da exposição ao material. O painel também pensa que o BPA, ao qual as mulheres grávidas estão expostas, possa afetar o cérebro dos fetos e gerar crianças com problemas comportamentais.
Para concluir, as pessoas não estão expostas a níveis de BPA considerados perigosos pelos governos. Mas muitos duvidam da precisão de qual seria a “quantidade segura”. Se o fato de saber que mesmo a pequena quantidade de BPA das embalagens é o suficiente para preocupar você, talvez seja a hora de mudar o sistema de armazenagem de alimentos e bebidas.

Fonte:http://hypescience.com/o-plastico-pode-te-deixar-doente-parece-que-sim/2

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