quinta-feira, 26 de junho de 2008

Eu vejo pessoas condenadas

M. Night Shyamalan, diretor de Fim dos Tempos, fala de suas inspirações ambientais e científicas
No filme Sinais (2002), de M. Night Shyamalan, o protagonista sofre de uma crise de fé tão profunda que é preciso acontecer uma invasão alienígena na Terra para que ele resolva sua situação. Em Fim dos Tempos, que estreou na última sexta-feira 13, o personagem principal tem uma crise de razão. Infelizmente, dessa vez, nem uma possível extinção da raça humana pode acabar com sua angústia. Mesmo sendo uma sessão-pipoca, o filme levanta uma série de questões científicas interessantes, e é claro que o interesse de Shyamalan por ciência vai muito além de uma pesquisa superficial de idéias para roteiros. O protagonista da vez é um professor de biologia do ensino médio (interpretado por Mark Wahlberg), que discursa sobre os limites da capacidade da ciência para explicar o mundo e coloca seus conhecimentos em prática para tentar sobreviver quando o “fim dos tempos” começa a dar seus sinais.
O professor deduz que árvores e arbustos, com sua vida perturbada pela presença humana, emitem uma substância tóxica que levam grupos cada vez menores de pessoas – primeiramente cidades, e então povoados e vilas, depois grupos de refugiados e, por fim, cada pessoa – a cometer suicídio. Enquanto isso, seu amigo Julian (John Leguizamo), um professor de matemática, encara a morte iminente enquanto ensina a seu último aluno a parábola dos grãos de arroz em um tabuleiro de xadrez. O resto do mundo ainda não sabe se o ataque é um incidente terrorista, um experimento com armas biológicas que não deu certo, um acidente nuclear ou qualquer outro dos suspeitos de sempre, e o filme termina com a humanidade ainda não entendendo a mensagem ambientalista – e seu perigo.

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