quinta-feira, 9 de abril de 2009

DEMISSÃO DO PAPA

*Olhar de desconfiança


*Óculos GUCCI

* O Papa "veste" PRADA (Usa sapatos PRADA)
O Problema Bento XVI: IMPÕE-SE SUA DEMISSÃO
Tido, desde o início, com muito pouca capacidade midiática, Bento XVI, agora, tem dado muito que falar.

Escândalos

O mais recente – e não dos menores, pois concerne à sobrevivência do continente africano – suscitou um brado de indignação midiático sem precedentes.Do mesmo modo os católicos já não suportam a situação. Nesse sentido, 55% dos católicos franceses admitem ter formado uma opinião negativa a respeito do Papa Ratzinger. Chegou-se ao grau máximo do suportável. Há mais. Hoje, 43% dos católicos franceses agora desejam que o soberano Pontífice se demita do cargo, entregando-se a uma vida reclusa, para contentamento geral. A insatisfação está longe de ser uma reação exclusivamente francesa — bem ao contrário do que, sem nenhum tato, tenta insinuar o jornal Avvenire (porta-voz da conferência episcopal italiana e de seu presidente, o Cardeal conservador Angelo Bagnasco). Na muito católica Itália, 52% dos interpelados declaram-se em total desacordo com as resoluções do Pontífice. Dentre os católicos italianos, menos da quinta parte estaria disposta a defender Bento XVI. De todos os lados, tanto no circuito das paróquias quanto no das rádios, TVs e imprensa, já se fala abertamente no “problema Bento XVI”. Desde a sua eleição, na primavera de 2005, esse velho Cardeal já despertara mal-estar no público, que nele observava falta de carisma (mais de 1000 teólogos sob censura...). E, de fato, após alguns meses de inação, o Pontífice acabou, de fato, por revelar sua verdadeira face: rude intransigência, rígida incompreensão. Joseph Ratzinger “não condiz com o perfil de um Papa”Em relação a seu predecessor, João Paulo II, a presente situação é bem diversa. Ao contrário do que acontecia com o Papa anterior, não se encontram, na figura de Bento XVI — à maneira de contrapeso para os evidentes erros de algumas de suas posições, verdadeiramente inaceitáveis —, nem a irradiação de personalidade, nem um compromisso confiável no diálogo inter-religioso. Porte distinto, muito elegante, mas sem influência, Bento XVI “não condiz com o perfil de um Papa”, como se costuma dizer na Itália. Ademais, no Vaticano, não soube constituir à sua volta uma equipe habilitada para corrigir os erros, com uma atuação complementar à sua. Pelo contrário, fez-se cercar de antigos colaboradores, que sempre o sustentaram em suas tomadas de posição quando ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Entretanto, mais do que as escolhas discutíveis e certamente infelizes, o que levou Bento XVI a perder o rumo foi uma espécie de autismo e de retranca, uma desconfiança extrema e uma autoconfiança em suas próprias luzes. A sistemática recusa em dar ouvidos às opiniões alheias, como também em pedi-las, além de um fechamento no silêncio, tudo isso, em certa medida, explica as gafes cometidas, que são, desde logo, inequívoca expressão de um atingir um objetivo restaurador extraordinariamente reacionário e inteiramente solitário. Positivamente, com a publicação de sua Carta, Bento XVI deixou-se superar pelos acontecimentos, e já nem sabe como enfrentar o brado de indignação que ele próprio — ingenuamente — provocou. Isso porque, no fundo, Joseph Ratzinger parece não haver tirado nenhuma conclusão efetiva sobre a crise atual, revelando, assim, notória incapacidade de enfrentar um conjunto de circunstâncias, em cujo cerne, desde o início, mais do que ninguém, se acha ele diretamente envolvido. No dia 28 de maio de 2006, Bento XVI retratou de forma errônea e inoportuna (sobretudo na boca de um alemão) os nazistas como um “bando de criminosos” que “enganou” o povo alemão. Alguns meses depois, no dia 12 de setembro de 2006, ao fazer uma alocução na Universidade de Ratisbona, associou o Islã à violência, sem ressalvas ou matizes, citando a respeito uma opinião por demais rigorosa e provocativa de Manuel II Paleólogo, imperador bizantino na Idade Média. Em maio de 2007, visitando o Brasil, como que insensível ao charme e à acolhida calorosa desse povo entusiasta, o arguto e embaraçado Pontífice afirma que a evangelização das populações indígenas da América Latina “em nenhum momento representou uma ruptura com as culturas pré-colombianas”. Uma estupidez em face da História e um ultraje aos descendentes dessas culturas. A situação chegou a tal ponto que não há mais retorno. Até um jornalista católico dentre os mais ultramontanos e conservadores, como é o caso de Patrice de Plunkett, vê-se obrigado a reconhecer que agora “é preciso mudar tudo: os métodos, as pessoas”. Conforme a observação muito acertada de Jean-Louis Schlegel, “o Papa reina, mas não governa”. Sim, este pontificado parece realmente encerrado, profundamente desacreditado. “É preciso mudar tudo...”. De um lado, segundo o Direito Canônico, que rege a vida interna da Igreja, nenhum mortal pode destituir o Papa. De outro, mesmo supondo que essa destituição tivesse validade legal, facilmente poderíamos imaginar os consideráveis riscos de cisma e fragmentação que haveria entre os que apoiassem a destituição. Estes alegariam que o Pontífice continua bispo de Roma, investido, pela graça de Deus, no [pleno e] ininterrupto exercício de suas funções.Todavia, o próprio Direito Canônico atualmente em vigor, promulgado por João Paulo II, em 1983, admite a hipótese de o Papa renunciar livremente ao seu cargo por sua própria iniciativa (art. 332-2). Uma vez que acima dele não existe nenhum outro poder exceto Deus, o Soberano Pontífice não precisa obter autorização de ninguém para que a sua demissão seja aceita. Neste caso, para a validade de uma renúncia, basta, pura e simplesmente, “que seja livre e devidamente manifestada”. No atual contexto, visto que o mundo delineado pela mídia constitui uma aldeia global, torna-se muito arriscado conservar no exercício de suas funções um pontíficie desacreditado, que arrasta consigo os demais no próprio descrédito. Como, portanto, de uns tempos para cá, a situação se modificou bastante, uma saída de cena de Bento XVI, rápida e voluntária, sinal de verdadeiro sentido da autoridade como serviço, desbloquearia a situação, permitindo que sem tardar seja aberta uma nova página da história da Igreja. Sem isso...

[Tradução: Montfort. Textp orginal em francês em Golias]
Fonte: e-mail
*Definitamente o PAPA NÃO É POP !

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