quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Tecnologia promete melhorar dia-a-dia

Pequenas conquistas da ciência estão chegando à casa dos brasileiros. Os resultados das pesquisas feitas nas universidades estão mais próximos do nosso dia-a-dia. São produtos, remédios e utensílios que prometem zelar pela saúde, economizar tempo e até cuidar da aparência.
Isso é possível graças a uma palavra: nanotecnologia. As nanopartículas têm um tamanho aproximado de um bilionésio de milímetro. Ou seja, um milímetro dividido um bilhão de vezes.
As nanopartículas estão revolucionando a tecnologia por causa da variedade de usos que podem ter. Algumas descobertas prometem trazer grandes avanços na medicina, na prevenção de doenças e até na conservação de alimentos. Outras fazem promessas que parecem difíceis de cumprir.
Desfilar de lingerie é um pesadelo para muitas modelos. Para as mulheres mortais então... Mas tem fabricante que garante: a tecnologia já inventou o tecido que combate a celulite.
“Os cristais bioativos que estão inseridos na molécula do fio ativam a circulação e a elasticidade da pele é aumentada”, garante a gerente de produto Daniela Antunes.
Nos laboratórios das universidades, como da USP, pesquisadores tentam achar soluções para nosso conforto diário. Logo a vida pode ficar bem mais fácil com a ajuda do professor Henrique Toma. Que tal uma camisa com tecido que não suja?
“Quando coloco massa de tomate sobre o tecido, a nanotecnologia permite que o tecido seja limpo só com água. Duas batidinhas e está seco”, mostra Henrique Toma, do laboratório de nanotecnologia da USP.
E quem não quer ser recordista na hora de economizar? Desperdiçar alimentos nunca mais. Em um pote de plástico o alimento pode ficar por quase um ano sem estragar.
“Partículas de prata, quando incorporadas, por exemplo, em todo o plástico torna os utensílios antibacterianos”, explica Henrique Toma.
Na medicina, menos pode significar mais. A promessa da medicina do futuro? Mais eficiência, menos efeito colateral. Um colírio que está sendo desenvolvido na USP quer acabar com o incômodo de quem tem problemas oftalmológicos. Não será necessário aplicar o remédio três, quatro vezes por dia. Para ter o mesmo resultado, uma vez por semana será suficiente. A experiência está em fase de teste.
“Ele consegue de fato ser absorvido. Ser absorvido é a coisa fundamental”, diz a professora de farmácia da USP Terezinha Andreoli.
Outro medicamento: um xarope deverá diminuir os efeitos colaterais dos tratamentos de câncer.
A tecnologia também pode ser muito útil na prevenção. Um crachá indica quando a exposição à radiação solar já colocou em risco a saúde.
“As nanopartículas sensoriais mudam de cor em função do tempo de exposição ao ultravioleta. Olhando pela gradação de cores podemos saber o tempo e a dose de ultravioleta que foi absorvida”, aponta Henrique Toma.
Você usaria?
“Acho que não usaria esse crachá. Não seria uma boa idéia, ainda prefiro o protetor solar. É mais seguro”, opina uma jovem.
O crachá poderá ser usado por pessoas que precisam trabalhar o dia inteiro expostas ao sol, como carteiros, lixeiros, motoristas. As nanopartículas também podem ser adicionadas ao tecido de roupas, que mudariam de cor com a exposição ao sol. Ninguém precisa se preocupar em pendurar o crachá no biquíni ou na sunga.

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