sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cafetina Madame Washington é encontrada morta nos EUA

A cafetina Deborah Jeane Palfrey, mais conhecida como Madame Washington, foi encontrada morta nesta quinta-feira em sua casa, cerca de 30 quilômetros da cidade de Tampa, no Estado americano da Flórida. A cafetina era investigada pela polícia por supostamente chefiar uma das maiores quadrilhas de prostituição dos Estados Unidos, cujos clientes incluiriam inclusive políticos e autoridades do governo.
Em 2007, Deborah chamou a atenção da mídia quando ameaçou desmascarar os clientes de seu serviço de acompanhantes divulgando a própria lista de telefone, na qual supostamente estariam mais de 15 mil números de telefone e 20 kg de papéis com nomes ilustres.
Segundo a polícia, a primeira hipótese para a morte de Madame Washington --apelido recebido em alusão a Heidi Fleiss, a Madame Hollywood, cafetina que mantinha uma rede de prostituição para famosos-- é uma tentativa de escapar da prisão.
Ao lado do corpo de Palfrey, 52, a polícia afirmou que encontrou dois bilhetes --que seriam notas suicidas-- e outras notas direcionadas à família escritas no notebook da cafetina.
Um juiz federal considerou Palfrey culpada por chefiar a rede de prostituição. Após mais de dois anos e meio de investigação do serviço de Imposto de Renda dos EUA, ela foi acusada de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito ao arrecadar mais de US$ 2 milhões em bens em 13 anos de serviço.
Julgamento
No julgamento, ocorrido há pouco mais de duas semanas, Palfrey voltou a negar as acusações e disse que seu negócio fornecia meios para realização de fantasias sexuais e serviços de acompanhantes, mas não trabalhava com prostituição.
Segundo ela, se alguma das mulheres se envolvesse em prostituição, o faria sem seu conhecimento.
A conclusão do julgamento ocorreu sem que novos detalhes fossem divulgados --sobretudo para proteger a identidade de políticos supostamente envolvidos com a rede.
Segundo Channing Phillips, porta-voz da procuradoria de Justiça do Distrito de Colúmbia, afirmou que a cafetina deveria enfrentar uma pena de cinco ou seis anos de prisão. Ela foi mantida em liberdade até que fosse formalmente sentenciada, em 24 de julho.
Prisão
A mãe de Deborah, Blanche Palfrey, disse que a filha não tinha histórico suicida, e não há indícios de que a mulher consumiu álcool ou drogas, afirmou o capitão da polícia Jeffrey Young.
Um homem que atendeu ao telefonema feito a um dos números da lista de Deborah se negou a comentar o caso.
"Estou certa de que não vou passar um dia sequer na prisão federal, sendo deixada sozinha por quatro a oito anos, só porque tive vergonha de denunciar um ex-deputado ou qualquer outro", disse Palfrey em 2007. Na ocasião, ela contatou uma rede de televisão para divulgar parte de sua lista de clientes.
"Nem por um segundo. Revelo cada um deles, se for necessário", disse.

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