quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pai de Senna é acusado de manter trabalho 'escravo'

Duas ações do Ministério Público do Trabalho (MPT) - uma Ação Civil Pública e uma Ação Civil Coletiva - acusam o empresário Milton da Silva, pai do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna, e mais dois sócios de manter 82 trabalhadores em condição semelhante à escravidão na fazenda Campo Aberto, localizada em Barreiras (BA). Os processos tramitam na Justiça do Trabalho da Bahia e, segundo o MPT, estão próximos de ser encerrados.
As ações cobram dos proprietários da fazenda R$ 600 mil por dano moral coletivo e R$ 110 mil em indenizações trabalhistas por cada trabalhador libertado pela fiscalização. Em março de 2007, o grupo móvel especial de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constatou 29 infrações, durante dez dias de inspeção na propriedade rural.
O dinheiro referente aos salários e às verbas rescisórias dos 82 empregados libertados ainda não foi pago, pois os sócios se recusaram, durante a inspeção, a reconhecer a acusação de trabalho escravo.
Um dos sócios do pai de Ayrton Senna na fazenda Campo Aberto, Ricardo Ferrigno Teixeira, preferiu não dar detalhes sobre a defesa protocolada por seus advogados no processo. Mas informou que "o quadro pintado pelos fiscais" não é verdadeiro.
"Anexamos documentos que provam pagamento de salários e rescisões de funcionários. Como podemos ser acusados de fazer servidão por dívidas?", afirma.
Desde 2005, as ações de combate ao trabalho escravo do governo federal libertaram cerca de 27 mil trabalhadores no País. Servidão por dívidas e restrição à liberdade dos trabalhadores são os principais problemas encontrados nas propriedades, que também apresentam, por vezes, aliciamento irregular para trabalho temporário, alojamentos e refeitórios sem as mínimas condições de higiene, além de ausência de equipamentos de proteção individual.

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